Fisioterapeuta do NASF, Janaína Cerchiari, explicou sobre um dos problemas causados pela doença, o pé diabético.
O diabetes mellitus (DM) configura-se como um problema de saúde pública em ascensão, apresentando elevada morbimortalidade e alto índice de complicações altamente incapacitantes como o Pé Diabético, o que impossibilita as pessoas de realizarem suas atividades diárias e laborais, sendo a principal causa de amputação dos membros inferiores. A fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da Prefeitura Municipal de Pereira Barreto, Janaína Cerchiari, explicou mais sobre essa complicação.
As lesões do Pé Diabético caracterizam-se pelo acometimento das fibras sensitivas – gerando uma perda gradual da sensibilidade protetora, da percepção da pressão plantar (planta dos pés), da temperatura e da propriocepção e das fibras motoras – ocasionando um hipotrofismo da musculatura intrínseca do pé, que pode desencadear deformidades ósseas e articulares e alteração na deambulação (no andar).
Qualquer limitação dos movimentos das articulações do pé e tornozelo pode gerar um passo totalmente disfuncional. Quando já existem deformidades ósseas desenvolvidas nas cabeças metatarsianas dos pés e no antepé, estas representam áreas de excessiva pressão durante a fase de propulsão do calcâneo e de apoio plantar no ciclo da marcha.
Por causa da perda da sensibilidade protetora, o trauma repetitivo causado pela caminhada pode não ser percebido e, como resposta fisiológica natural, acarreta a formação.
De calos e lesões, o que aumentará o risco de ulcerações.
A importância dos cuidados preventivos com o Pé Diabético ajuda a retardar e até mesmo impedir o aparecimento de lesões, ulcerações e posteriores alterações na marcha.
– Inspecionar diariamente os pés em busca de bolhas, cortes, calos ou feridas que nunca cicatrizam.
– Usar calçados adequados, os quais não devem apertar os pés – de preferência ao comprar um calçado, que seja feito no período da tarde, quando o pé está mais inchado, pois assim, têm-se um controle maior ao decidir sobre a numeração do calçado; antes de usa-lo, verificar a presença de costuras abertas, pedrinhas ou ciscos, que possam vir a lesionar os pés.
– Alongar e fortalecer todo o membro inferior, pois uma musculatura fortalecida leva a uma marcha mais eficiente, minimizando o risco de tropeços, quedas e fraturas.
– Se necessário, utilizar algum dispositivo para auxiliar na marcha, para evitar desequilíbrios e excesso de peso em determinados pontos dos pés, com bengalas ou andador,
– Trabalhar a sensibilidade dos pés, com objetos de diversas texturas.
– Abusar da consciência corporal, sentindo as várias partes do corpo, procurando perceber as regiões doloridas ou tensas, se um lado do corpo é mais pesado ou leve do que o outro, tanto em pé quanto deitado. A consciência corporal é extremamente importante para o conhecimento do corpo e o entendimento das mensagens que o mesmo está enviando.
– Sendo assim, é de fundamental importância dos cuidados com o Pé Diabético, associado a um bom controle glicêmico.