Em Pereira Barreto, os traços da colonização japonesa estão presentes até os dias de hoje.
Nesta quinta-feira (18) é comemorado o Dia da Imigração Japonesa no Brasil. A imigração japonesa no Brasil começou no início do século XX, em função de um acordo entre os governos japonês e brasileiro. O Japão tinha um problema de superpopulação e o Brasil necessitava de mão-de-obra para os cafezais. A colônia japonesa do Brasil é a maior do mundo.
O Kasatu Maru foi o primeiro navio a chegar ao Brasil (Santos) com imigrantes japoneses, chegou no dia 18 de Junho de 1908, vindo de Kobe e trouxe a bordo 65 famílias que vieram trabalhar nos cafezais do oeste paulista. Nos primeiros sete anos, chegaram mais 3434 famílias (14.983 pessoas). Durante o início da I Guerra Mundial, a imigração se intensificou, entre 1917 e 1940, chegaram 164 mil japoneses ao Brasil. 75% deles se estabeleciam em São Paulo, onde já havia colônias e bairros japoneses.
A história da Estância Turística de Pereira Barreto se confunde com a história da imigração japonesa. A cultura nipônica está presente até hoje no município, que foi colonizado pelos imigrantes japoneses.
Pereira Barreto foi fundada oficialmente, em 11 de agosto de 1928, com o nome de Novo Oriente, quando Mitsusada Umetani responsável pela Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda. (BRATAC) adquiriu parte das terras do povoado de Itapura, (50 mil alqueires) do Coronel Jonas Alves de Mello a fim de receber imigrantes japoneses que vieram para o Brasil, naquela época, trabalhar na lavoura. Em 1º de Julho de 1932, foi concedida a autorização para construção da ponte Novo Oriente que tinha como proposito ligar o núcleo urbano da Fazenda Tietê (que deu origem a Pereira Barreto) com a estação de trem de Lussanvira. Porém no dia 09 do mesmo mês começa a Revolução Constitucionalista, que fez a construção da ponte atrasar em 2 anos.
A Ponte Novo Oriente foi inaugurada em 1935 e contava com 160 metros comprimento e 25 metros de altura. Com a formação do lago da Usina de Três Irmãos, em 30 de Outubro de 1990, a Ponte Novo Oriente foi completamente submersa.
No ano de 1958, pela ocasião da comemoração do 30º Aniversário de fundação da cidade, foi inaugurado o Relógio de Quatro Faces, mais conhecido pela população da cidade como Relojão. É um marco da imigração japonesa na cidade e fica localizado no centro entre as ruas Cozo Taguchi e Fauzi Kassim. Foi construído pelo Sr. Risaburo Murai.
Foi inaugurado também em 1958, no dia 20 de Setembro, o Goju-No-To, que representa um templo de madeira, onde os chefes samurais (membros do Governo Japonês) guardavam suas joias e livros sagrados. Devido a sua estrutura e durabilidade, serve até hoje de estudo para construções modernas. Também a religião budista costumava guardar os trabalhos de arte tradicionais. O monumento fica localizado na Praça da Bandeira “Com. Jorge Tanaka” e também foi construída pelo Sr. Risaburo Murai.
Diversos outros elementos da cultura pereira-barretense remetem à imigração japonesa, como o Museu Histórico da Colonização de Pereira Barreto, localizado na Rua Hajime Fujimoto, que conta toda a rica história do município. Eventos como Bon Odori, realizado sempre no último fim de semana de julho, mantém viva as tradições japonesas, que foram e ainda são muito importantes para a construção do país chamado Brasil.