A maioria das mulheres que se infectam pelas DST’s/AIDS é por meio de relações heterossexuais.
Muitas foram às conquistas das mulheres ao longo da história no Brasil e no mundo em relação aos seus direitos de cidadania, que incluem o acesso a serviços de saúde de qualidade. Entretanto, há ainda um longo caminho a ser percorrido, particularmente no que se refere a DST/Aids.
No estado de São Paulo, a AIDS é a segunda causa de óbito em mulheres entre 25 e 34 anos e representa 8% dos óbitos em mulheres nessa faixa etária. A mesma situação se repete em mulheres de 35 a 44 anos. A sífilis congênita (passada da mãe para o feto durante a gestação) ainda é um grave problema de saúde pública. Observa-se que a maioria delas infectou-se por meio de relações heterossexuais.
O aumento do número de casos em mulheres trouxe, como conseqüência, um grande número de casos de AIDS por transmissão vertical do HIV (da mãe para o filho na gravidez, amamentação ou parto). É relevante chamar a atenção para o fato de que 12% das mulheres infectadas são negras, o que nos faz refletir sobre o impacto das condições socioeconômicas e culturais na difusão da infecção pelo HIV.
Um aspecto que merece profunda reflexão diz respeito à conjugalidade, ou seja, os laços que unem os parceiros, independente de sua orientação sexual e as crenças e subjetividades construídas em torno da doença. Neste sentido, podemos citar alguns fenômenos que facilitaram a expansão do HIV: a crença de que mulheres com parceria fixa são imunes ao HIV, à associação entre infecção por HIV e homossexuais, a dificuldade das mulheres em negociar o uso de preservativos e as relações de poder estabelecidas socialmente, onde as mulheres se submetem à vontade de seus parceiros, ora por hábito, ora por dependência econômica ou até mesmo por violência. Nesse contexto, é necessário o uso de preservativos masculinos e femininos, constante incentivo à testagem precoce do HIV pelas mulheres, assim como a testagem no pré-natal para o HIV e sífilis para aumentar a cobertura da profilaxia da transmissão vertical.
Assessoria de Imprensa