A Prefeitura da Estância Turística de Pereira Barreto implantou recentemente o sistema de queima do gás metano gerado no aterro sanitário do município. Com essa iniciativa, a cidade passa a integrar um seleto grupo de municípios no mundo que utilizam alternativas modernas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa oriundos do tratamento de resíduos sólidos urbanos.
O aterro sanitário de Pereira Barreto recebe, em média, 550 toneladas de resíduos por mês. O material é compactado e coberto, e durante sua decomposição são produzidos dois subprodutos: o chorume e o gás metano. Para reduzir os impactos ambientais, foi instalado um equipamento específico para a queima desse gás. Quando queimado, o metano se transforma em dióxido de carbono (CO₂) e vapor d’água — substâncias que, embora ainda poluentes, apresentam impacto 32 vezes menor na atmosfera em comparação ao metano liberado sem tratamento.
Com base nesse volume de resíduos, foi realizada uma estimativa técnica da geração de biogás. Considerando parâmetros médios de produção entre 100 e 300 m³ de biogás por tonelada, calcula-se que o aterro de Pereira Barreto gere mensalmente entre 55 mil e 165 mil m³ desse composto, sendo o metano responsável por cerca de 50% desse total. Isso significa uma produção aproximada de 27,5 mil a 82,5 mil m³ de metano por mês.
Atualmente, o sistema implantado tem capacidade para queimar cerca de 70% do gás captado, o que equivale à destruição controlada de 19,2 mil a 57,7 mil m³ de metano mensalmente. Na prática, essa medida representa a mitigação de até 41,3 toneladas de CH₄ por mês. Quando convertido em dióxido de carbono equivalente (CO₂e), considerando o potencial de aquecimento global do metano, o resultado é a redução de até 497 toneladas de CO₂e mensais.
Diferente de lixões a céu aberto, o aterro sanitário é planejado e monitorado conforme normas ambientais rigorosas, garantindo maior segurança para a população e o meio ambiente. O espaço conta com sistemas de drenagem do chorume, impermeabilização do solo e coleta dos gases da decomposição orgânica. Além disso, o local é constantemente monitorado para avaliar a qualidade do ar, da água e do solo.
A queima controlada do metano, técnica conhecida como flaring, é reconhecida como uma das formas mais seguras de reduzir emissões diretas desse gás altamente poluente, cujo impacto climático é superior ao do CO₂. Além de diminuir significativamente o efeito estufa, a medida contribui para o cumprimento das normas ambientais, reforça a segurança do aterro e fortalece o compromisso de Pereira Barreto com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental.
