Governo do Estado de São Paulo realizou Semana Estadual de Prevenção da Leishmaniose Visceral Americana de 05 a 10 de Agosto

 

O objetivo é mobilizar a sociedade em promover ações e intervenções de controle para prevenção da doença nos municípios.

 

 O Governo do Estado de São Paulo promoveu de 5 a 10 de Agosto a Semana Estadual de Prevenção da Leishmaniose Visceral Americana. A Leishmaniose Visceral Americana é uma doença infecciosa sistêmica, os principais sintomas no homem caracterizam-se por um amplo espectro clínico, e pode ser dividida em três formas clínicas distintas:

 

Forma assintomática:

 

As infecções inaparentes ou assintomáticas são aquelas em que não há evidência de manifestações clínicas. São aquelas vistas em pacientes provenientes de áreas endêmicas, onde há evidência epidemiológica e imunológica da infecção.

 

Forma oligossintomática:

 

Caracteriza-se pela presença de alguns sintomas da doença tais como: febre, hepatomegalia, diarreia e anemia discreta. Esses sintomas podem evoluir para a cura espontânea ou para doença plenamente manifesta em cerca de dois a 15 meses.

 

Forma clássica:

 

É a doença plenamente manifesta. Os sinais são bastante exacerbados, caracterizados por hepatoesplenomegalia volumosa, febre e comprometimento do estado geral, perda de peso progressiva, anorexia e astenia. Por se caracterizar por uma progressiva alteração do estado geral, pode se complicar se não tratada e levar o paciente a óbito.

 

Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.

Transmissão

 

A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado

 

No Brasil, os mais importantes reservatórios são os cães.  Os cães infectados podem ou não desenvolver quadro clínico da doença, cujos sinais são: emagrecimento, eriçamento e queda de pêlos, nódulos ou ulcerações (mais frequentes nos bordos das orelhas), hemorragias intestinais, paralisia de membros posteriores, ceratite com cegueira e caquexia. Pode evoluir para morte, nos casos mais graves. O reconhecimento das manifestações clínicas destes reservatórios é importante para adoção de medidas de controle da doença. Os canídeos apresentam intenso parasitismo cutâneo, o que permite uma fácil infecção do mosquito, e, por este fato, são os mais importantes elos na manutenção da cadeia epidemiológica.

 

Vetor: Lutzomyia longipalpis

 

Os flebotomíneos são pequenos insetos de 2 a 3 mm, com o corpo cobertos de cerdas. Apresentam um voo curto em forma de saltitos e quando pousam mantém as asas eretas, ou seja, levantadas para cima. São conhecidos por diferentes nomes como: tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.

 

Diferente dos mosquitos, a fêmea de flebotomíneo põe seus ovos em locais sombreados, na terra com matéria orgânica ou em fendas de troncos de árvores e de pedras. Seu ciclo de vida compreende as fases de ovo, larva, pupa e adulto. Os ovos, as larvas e as pupas são de difícil visualização a olho nú. Do ovo ao adulto decorrem cerca de 30 dias. As fêmeas adultas vivem em torno de 15-20 dias.

 

A Lutzomyia longipalpis tem hábitos crepusculares ou noturnos, podendo picar o homem tanto no interior do domicílio como fora dele. O período de maior atividade inicia-se cerca de 1 hora antes do crepúsculo O principal vetor da leishmaniose visceral americana é a Lutzomyia longipalpis.

 

No intradomicílio, as fêmeas permanecem em repouso, principalmente nas paredes dos dormitórios, até o período matinal, quando se evadem. No peridomicílio, encontram-se nos abrigos dos animais domésticos. A transmissão da doença ocorre quando a fêmea do flebotomíneo se infecta ao picar um cão contaminado com o parasito, e passa a transmiti-lo a outros cães e humanos nas próximas picadas.

Suscetibilidade e Imunidade

 

A suscetibilidade é universal, atingindo pessoas de todas as idades e sexo. Entretanto, a incidência é maior em crianças, idosos e imuno deprimidos.

 

Diagnóstico:

 

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico.  Punção da medula óssea, aspirado de medula, para detectar a presença do parasita e de anticorpos.

 

Tratamento:

 

Ainda não foi desenvolvida uma vacina contra a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens.

Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, que apresenta efeitos colaterais adversos: arritmias cardíacas e/ou outras manifestações de cardiotoxicidade; insuficiência renal aguda ou elevação dos níveis séricos de ureia e creatinina e/ou outras manifestações de nefrotoxicidade; icterícia e/ou elevação de enzimas hepáticas e/ou outras manifestações de hepatotoxicidade; pancreatite aguda.

 

A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.

 

Recomendações:

 

* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;

 

* Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;

 

* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele poderá transformar-se num reservatório doméstico do parasita que será transmitido para pessoas próximas e outros animais não diretamente, mas por meio da picada do mosquito vetor da doença, quando ele se alimenta do sangue infectado de um hospedeiro e inocula a Leishmania em pessoas ou animais sadios que desenvolvem a doença.

 

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