Ganhe alguns anos de vida parando de fumar.
Hábito ou vício?
Fumar já não é um hábito simples e inocente, mas um vício perigoso, comparável com outras drogas. Apesar disso, a maioria das pessoas ainda não reconhece que a nicotina contida nos cigarros é uma das substâncias que maior capacidade tem de causar dependência.
Fumar já não é mais visto como um hábito diferenciado de liberdade e independência. Pelo contrário, cada vez mais é identificado como um problema de saúde pública, e por isso, combatido como uma doença social.
O crescente clima anti-fumo atual deve ajudar todas as pessoas a conscientizarem-se do verdadeiro sentido desse vício. O cigarro tem sido proibido em viagens aéreas, restaurantes, cinemas, teatros, repartições públicas e parques recreativos, e os meios de comunicação têm colocado ao fumante a situação nos seguintes termos: deixe de fumar ou nos deixe!
O cigarro afeta somente os fumantes?
Há uma categoria de fumantes muito prejudicada: são os passivos ou secundários, vivem em contato com fumantes, sem ter esse hábito.
Os mais desprotegidos são os recém-nascidos.
O maior problema disso é que também estão expostos aos mesmos riscos: câncer pulmonar, hipertensão arterial, bronquite crônica, enfisema, entre outros.
Consequências do hábito de fumar
• Além da própria saúde, o fumante prejudica a de outras pessoas.
• Cada cigarro contém mais de 4000 substâncias nocivas, 40 delas comprovadamente cancerígenas.
• A nicotina aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial
• O risco de desenvolvimento de embolias cerebrais ou cardíacas é maior
• As células que protegem as artérias coronárias e as outras artérias são afetadas.
• A reincidência de infarto, derrame, doenças pulmonares e certos tipos de câncer são drasticamente aumentados.
Por que o cigarro é prejudicial?
A nicotina não é o único componente negativo do cigarro. O monóxido de carbono invade os glóbulos vermelhos e reduz a quantidade de oxigênio disponível para o coração, o cérebro e as demais partes do corpo.
O fumo do cigarro torna o sangue mais espesso, daí a predisposição ao desenvolvimento de embolias (Embolia ou embolo é uma massa intravascular sólida, sólida líquida ou gasosa que é carregado pelo o sangue para um local distante de seu de origem).
O cigarro é um dos hábitos preferidos pelas mulheres, uma prática que foi aumentando através das gerações. Porém, os filhos de mães fumantes apresentam um menor peso ao nascer, além do fato de a incidência de abortos, parto prematuro e natimortos ser maior entre elas.
O hábito de fumar entre as adolescentes é maior que entre os do sexo masculino da mesma idade; e, entre aqueles que estão apenas começando, pode causar intoxicação: excitação, confusão, nervosismo, debilidade, cólicas abdominais, convulsões, depressão, respiração rápida e superficial e palpitações.
A aterosclerose tem seu desenvolvimento mais intenso e lesivo; há diminuição do colesterol bom (HDL) e aumento do ruim (LDL); a principal causa da bronquite crônica e da enfisema pulmonar é o cigarro.
LEMBRETE:
Parece Inofensivo, mas fumar narguilé é como fumar 100 cigarros.
O narguilé, também é conhecido como cachimbo d’ água ou shisha é um dispositivo para fumar no qual o tabaco é aquecido e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma mangueira. Por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo de narguilé é visto como menos nocivo à saúde. Mas, na verdade, seu uso é mais prejudicial do que o de cigarros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros.
Após 45 minutos de sessão, o narguilé aumenta os batimentos cardíacos e a concentração de monóxido de carbono expirado. Ocorre também maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio. Em longo prazo, seu consumo pode causar câncer de pulmão, boca e bexiga, aterosclerose e doença coronariana. Mas os riscos do uso do narguilé não estão somente relacionados ao tabaco, mas também a doenças infectocontagiosas: compartilhar o bocal entre os usuários pode resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e tuberculose.
Informações da pesquisa Vigescola evidenciaram a alta prevalência do consumo do narguilé entre escolares de 13 a 15 anos em 2009 Vale destacar que o narguilé é um cachimbo pode ser usado por várias pessoas simultaneamente. Isso reforça o aspecto da socialização, algo muito atraente especialmente para os jovens.
Dicas para deixar de fumar
• Prepare-se para deixar o cigarro
• Lembre-se sempre das compensações que poderá obter deixando de fumar
• A nicotina é uma substância com alto poder de dependência: às vezes você a controla, outras, ela o controlará. Procure aumentar a sua capacidade de controle a cada dia.
• Não se desespere, tome a decisão com calma. Até conseguir abandonar o cigarro, é possível que você tenha algumas recaídas.
• Controle-se! Qualquer inocente tragada é uma dolorosa recaída.
• Faça uma relação das atividades que lhe dão mais satisfação: exercícios, atividade sexual, leitura, cinema, comida, e então pense sobre quanto o cigarro atrapalha curtir livremente o que lhe dá prazer.
• Mude alguns hábitos
• Diminua o consumo de café, já que ele desperta a vontade de fumar, além de aumentar os sintomas produzidos pelo abandono do cigarro.
• Mude seu cotidiano, principalmente os momentos que despertam o desejo de fumar.
• Mantenha-se atento: as recaídas se apresentam diante do menor pretexto. O período mais crítico geralmente está nas dez primeiras semanas.
• Faça atividades que contribuam para motivá-lo a abandonar o cigarro, como a prática de diferentes esportes.
Sessões de relaxamento
O abandono do cigarro não é uma luta a curto prazo. É preciso estar consciente de que a batalha levará meses e até mesmo anos. Surgirão muitas recaídas. Portanto, é preciso vincular-se a programas coletivos ou complementares que lhe ofereçam aconselhamento e apoio.
Muitas recaídas ocorrem logo após o abandono desse vício: 50% dos reincidentes o fazem dentro das duas primeiras semanas e uma grande maioria dentro dos primeiros seis meses. Entre as manifestações mais críticas, estão a incapacidade de se concentrar. Os resultados não se apresentam antes de dois meses.
Identifique as atividades que lhe proporcionam alívio e relaxamento. Assim você passa a dispor de atividades bem conhecidas nas quais poderá se refugiar para não apresentar sintomas decorrentes da abstinência, como por exemplo, desespero e debilidade.
Sua meta
Não desanime e não desista!
Sempre haverá uma recaída. Não as subestime, pois provavelmente serão muitas. A cada nova recaída, é preciso redobrar seus esforços. Pense que isso é o sinal da dificuldade envolvida nesta batalha, mas que no final você será o vencedor.
Lembre-se: estudos mostram que os não-fumantes e aqueles que abandonaram definitivamente esse hábito têm chances de viver de 2 a 5 anos mais do que os fumantes.