O uso de medicamentos sem a devida orientação pode ser fatal.
A Organização Mundial da Saúde define o Uso Racional de Medicamento aquele que seja de fato indicado para uma determinada doença, utilizada na dose correta e no período de tempo adequado. Prevê sobretudo a necessidade real deste uso, uma vez que existe os tratamentos não farmacológico para se tratar determinadas doenças, tais como: atividades físicas, controle de peso, alimentação balanceada que podem reduzir o risco de eventos cardiovasculares (hipertensão arterial) e diabetes mellitus.
Atualmente a Federação Internacional dos Farmacêuticos (FIF) colocou outro termo que acaba sendo utilizado como sinônimo do uso racional que é o Uso Responsável do Medicamento que utiliza a mesma definição do Uso Racional de Medicamento. Esse uso racional ou responsável também passa pelos aspectos de segurança e eficácia do tratamento médico que foi prescrito. Também é necessário que este esteja disponível de modo oportuno, num preço acessível, e que responda sempre aos critérios de qualidades exigidos, que se dispense em condições adequadas, com a necessária orientação e responsabilidade e finalmente, que se cumpra o regime terapêutico prescrito, da melhor maneira possível.
As ações do Governo Federal com vistas a reforçar o Uso racional de Medicamentos foi a elaboração de listas essenciais de medicamentos. RENAME (Relação Nacional de Medicamentos) e o município implantou a REMUME (Relação Municipal de Medicamentos). Estas listas são elaboradas levando em conta a segurança, eficácia, custo-efetividade do tratamento.
Outra iniciativa para promoção do uso racional muito conhecida pela população, foi a norma técnica que a Anvisa (Agencia Nacional Vigilância Sanitária) instituiu e que tornou os medicamentos antibiótico sujeito a retenção da prescrição médica. Sabemos que um dos problemas mais graves da Saúde Pública no mundo inteiro é o uso indiscriminado dos antimicrobianos que podem resultar na resistência das bactérias, vírus e fungos que por serem organismos vivos acabam desenvolvendo mecanismo genético de resistência. Quanto mais usamos um antibacteriano, um antimicrobiano em geral, esse passa a não funcionar mais, ou seja, ela não consegue eliminar a bactéria que estejam nos causando um tipo de infecção. Este é um problema muito sério e grave.
Mudança de Comportamento: existe um documento da OMS que aborda o papel especificamente do farmacêutico na orientação ao paciente em relação a automedicação. Este termo é conhecido como Automedicação Responsável que esta diretamente ligada ao nível da Educação Básica em Saúde que uma determinada população, comunidade possui. Tem como intuito fazer com que a população tenha a noção de que existem microrganismos invisíveis e que eles podem causar doenças. Entender que medicamentos são substâncias químicas que quando na dose correta eles curam as nossas doenças, mas em contra partida eles podem causar reações adversas graves. O que vem diferenciar uma substância medicamentosa de um veneno é a dose utilizada (quantidade). Por isso todo medicamento possui uma indicação de uso específico, uma quantidade determinada para se usar e um período de tempo também definido. Se não respeitadas esses três parâmetros (indicação terapêutica, dose, período de tempo) podem surgir os efeitos maléficos, as intoxicações. Por exemplo:
– Analgésicos (dipirona, paracetamol): são isentos de prescrições e podem causar reações de hipersensibilidade (alergias) graves – Síndrome de Stevens-Johnson, Necrólise Epidérmica Tóxica. Podem também estar mascarando um problema tais como meningite, necessidade de uso do óculos, etc.
– Antialérgicos/ Anti-histamínicos: pode causar muita sonolência fazendo com que se torne perigosa a realização de atividades diárias (dirigir um carro, operar máquinas no trabalho).
– Anti-inflamatórios: Podem causar úlcera no estomago. Podem também estar mascarando uma fibromialgia.
O farmacêutico é um profissional da Saúde que é capacitado a fornecer aos usuários de medicamentos todas essas informações. Não existe medicamento sem ausência de risco. Uma vez que colocamos uma substância estranha (no caso medicamento) o organismo reage e às vezes estamos nos expondo de modo desnecessário.
A automedicação é um hábito muito disseminado no país, algumas dicas podem salvar vidas como:
– não indicar aos vizinhos medicamentos, pois podem não ser o indicado, mesmo que os sintomas sejam semelhantes;
– não medicar os filhos sem a devida orientação, pois pode vir a ocasionar intoxicações e também;
– não se automedicar, pois podem ocorrer interações medicamentosas e alimentares sérias;
– nunca deixar de procurar um profissional para esclarecerem as dúvidas.