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Vai em casa sem medo ou sem tempo Pruma sopa ou pruma oração Eu ti dou as minhas borboletas E os “Cem Anos de Solidão”
Vai em casa sentar na soleira Da porta ou do meu coração Vai prum “despertar do guerreiro” Um narguile ou uma revolução
Vai em casa que o tempo não para Ele anda feito procissão Vai sujar as paredes de sonho Vai plantar você no meu chão
Vai em casa por favor Que os meus muros são de flor Vai em casa como for Vai por cor em quem eu sou
Vai em casa pra gente escolher Um bom filme pra ver na TV “Cidade de Deus” ou “ET” Ou quem sabe “Se eu Fosse Você”
Eu ti faço alguns origamis Que aprendi com um sábio chinês Vai descalço, sem medo ou clichês Vai ouvir um Pablo Milânes
Deixo a louça suja na pia O que vale é a gente se ver Minha sala desnuda e vazia O que vale é a gente se ter
Vai em casa por favor Que os meus muros são de flor Vai em casa como for Vai por cor em quem eu sou
Vai em casa que eu abro as gavetas E ti mostro minha imperfeição A bagunça do armário e das mesas É a bagunça do meu coração
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Eu ti empresto o meu “Clube da Esquina” Meu tesouro maior pra você Ouve “Cais” e a “Sede do Peixe” Não precisa me devolver
Vai em casa por que eu quero tanto Vai em casa pra ver os meus santos Meus segredos e minhas promessas Eu ti conto num canto sem pressa
Vai em casa por favor Que os meus muros são de flor Vai em casa como for Vai por cor em quem eu sou
Vai em casa pra ver meus heróis Vai em casa pra folgar os nois Vai em casa pra ver os meus quadros Os retratos de quem fomos nós
Vai em casa por tudo ou por nada Vai por mim, por você, por alguém Prum silêncio ou pruma palavra Para um bolo ou para um amém
Vai que a casa tá aberta pra sempre Ela é feito de fé e sementes Nela moram sacis e duendes Nela vive os sonhos da gente
Vai em casa, vai em casa, vai em casa, lá em casa, tô em casa, minha casa…
Vai em casa por favor Que os meus muros são de flor Vai em casa como for Vai por cor em quem eu sou
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